TRABALHOS
Arrastão é um trabalho que propõe um corpo e suas relações com fluxo, permanecendo junto, mantendo resistência e individualidade. São em ações coletivas que permeiam as decisões abrindo conexão com o espaço, o tempo e os corpos. Ele traz em seu cerne questões relacionadas ao desnudar, envolvendo um olhar que vai além do corpo estético e perfeito, mas enfatizando suas imperfeições, suas marcas e experiências bem como o libertar –se. O corpo formado por diferentes corpos que desejam, atraem, geram, impelem, arrastam, empurram, transformando o existir sozinho em desdobramentos e resistência
Balões é uma intervenção onde os performers com balões de gás hélio amarrados as articulações, propõe um diálogo com a arquitetura e com o público. Buscando na ocupação dos espaços, provocar a curiosidade do espectador que passa a participar do trabalho, na medida em que as ações dos performers, se desenvolvem em relação aos seus comandos. Balões é um convite ao lúdico, à integração e ao ser criança.
Ponto à Ponto foi um projeto realizado nos pontos de ônibus da cidade de Santos. O objetivo era estudar o movimento realcionando as ações de espera, criando uma movimentação que vai progredindo de acordo com o fluxo de pessoas que passam ou que ficam na espera no ponto de ônibus.
Imagine um jardim geométrico em que, em vez de flores, brotassem balões vermelhos. Assim é o cenário Balões Vermelhos criado pela Cia. Etra de Dança Contemporânea, fruto de uma ocupação do Sesc Santos que durou cinco meses. Dezenas de bexigas flutuam pouco acima do solo, suspensas pelo gás hélio e dispostas com precisão em linhas e colunas, formando um tabuleiro, que ganha vida com o movimento dos seis bailarinos, influenciados pelos balões.
Este espetáculo trata-se de uma pesquisa coreográfica a partir do estudo da obra literária do escritor português José Saramago, "Ensaio sobre a cegueira", dentro da escolha de uma estética relacionada a "cegueira branca". O coreógrafo busca adentrar as questões que nos fazem de repente deixar de enxergar o que esta bem na frente dos nossos olhos. Uma cegueira momentânea para as coisas que vemos demais, situações, pessoas, circunstâncias que de fato deixamos de ver para nos sentirmos mais confortáveis. Ver demais também não nos torna cegos?
Entre salas, o coreógrafo Edvan Monteiro convida seus públicos a entrar na famosa casa de número zero, da rua dos bobos, promovendo, assim, um intrigante estranhamento entre a economia cenográfica e força viva dos corpos em cena.
Esse trabalho utiliza como pesquisa de movimento o Contact Improvisation,Sistema Laban e princípios de Bartenieff que ligam o trabalho com as espirais do corpo, onde ressaltamos a cultura popular nordestina. Cultura esta que é diversificada e complexa que se vem plasmando, através dos séculos, com a contribuição de muitos povos e raças. Na desolação e isolamento do Nordeste, permeada pelas lutas de classes, esta cultura adquiriu corpo e resistência, com características próprias e regionais, mas ao mesmo tempo universais. Esta cultura popular é inesgotável fonte de renovação para os mais importantes movimentos culturais e artísticos do país. Como síntese de todas essas vertentes, e profundo elo que une o passado ao presente, projetando-se para o futuro, exemplo maior de força comunicativa e social da nossa poesia, temos o poeta Patativa do Assaré.Ainda pesquisamos a organização cênica e novas formas de movimentação a partir dos jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais da cultura do Cariri, região do Ceará em um contexto onde o diálogo com novas formas de expressões e linguagens estejam em constante transformação.
1 corpo em 5” não nasce só do aguçar das sensações, mas também de um instigante cruzamento de música, artes plásticas e experimentos em audiovisual. A montagem envolve palco e platéia num processo intenso de estímulos sensoriais. Os movimentos extraídos do elenco são frutos de experiências que o bailarino e coreógrafo agora leva ao palco. “1 corpo em 5” exala odores, clama por toques, instiga olhares os mais diferente. Tudo isso sem nenhuma seqüência lógica que justifique o encadeamento das ações.
3X4 estão em torno de três contos, três corpos, quatro possibilidades interagindo na mesma dialética.
Desafiar o espaço. Inspiração clariceana para o enlace existencial. E mais. Inversão para criar um novo ambiente nas relações do cotidiano, onde o teto é um lugar possível de ser ocupado. Um confronto das ausências pertinentes em nosso dia-a-dia. Um vazio na mente, nos sentimentos com as pessoas e consigo mesmo. E até de não ter ninguém em cena,